Nossa Missão

A Jaguar Rivers Initiative é um esforço ousado e de escala continental para restaurar, proteger e reconectar ecossistemas dentro da vasta Bacia do Rio Paraná: um hotspot de biodiversidade compartilhado por Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai. Essa iniciativa busca conectar novamente as paisagens fragmentadas, usando os rios e as matas ciliares como corredores naturais.

A iniciativa se apoia em décadas de sucessos comprovados: os 25 anos da Rewilding Argentina restaurando ecossistemas e modos de vida no Parque Iberá; os 14 anos do Onçafari no Pantanal brasileiro, pioneiro em protocolos de habituação de onças-pintadas e em transformar a espécie em um ativo vivo, muito mais valioso viva do que morta; os 22 anos da NATIVA Bolívia fortalecendo a governança indígena em áreas de conservação; e os 35 anos da Fundación Moisés Bertoni na gestão da maior reserva privada do Paraguai. Com essa base sólida, a Iniciativa planeja ampliar esses modelos regionais de sucesso por toda a Bacia do Paraná.

Ao reconectar ecossistemas e comunidades, a Jaguar Rivers Initiative propõe uma nova visão para o futuro da conservação na América do Sul: uma em que os rios deixam de ser barreiras ou fronteiras e passam a ser linhas vitais, levando vida e resiliência a um continente mais selvagem.

Deli Saavedra
Director, Jaguar Rivers Iniciative

Deli Saavedra é diretor da Jaguar Rivers Initiative. Entre 2012 e 2024, atuou como Chefe de Paisagens na Rewilding Europe. Biólogo e com doutorado focado na reintrodução da lontra-europeia. Nos últimos trinta anos, trabalhou como consultor em conservação da natureza, coordenando a reintrodução de espécies ameaçadas (abutre-preto, lontra-europeia) e o planejamento e gestão de áreas protegidas. Colaborou em projetos de planejamento de áreas protegidas (Costa Rica, Hungria), conservação privada (Venezuela, Austrália) e espécies ameaçadas (Polônia, Marrocos, Etiópia). Foi consultor da Fundació Territori i Paisatge (Catalunha) e do Observatório da Biodiversidade e Processos Ecológicos (Governo da Espanha). Dirigiu a empresa SolucioNat, dedicada ao controle de aves e manejo de áreas naturais. Autor de três livros: sobre a reintrodução da lontra na Espanha, sobre aves e mamíferos no norte da Etiópia, e sobre cooperação ambiental na África. Membro do Grupo de Especialistas em Reintroduções da UICN.

logotipo da Rewilding Argentina

Argentina

Na Argentina, a Fundación Rewilding Argentina doou mais de 460 mil hectares desde 2010 para criar e expandir 10 parques, protegendo mais de 1,6 milhão de hectares. Doze espécies extintas localmente, incluindo a onça-pintada, a ariranha e a arara-vermelha-grande, foram reintroduzidas, e novos modelos de conservação territorial foram desenvolvidos, ajudando a criar quatro destinos de turismo de natureza. Como a organização mais experiente em reintrodução de fauna na América do Sul, o know-how da Rewilding Argentina é essencial para ampliar o retorno da vida silvestre em toda a Bacia do Paraná.

1.5 mil. +
de hectares protegidos e 11 parques criados.
17 +
projetos de reintrodução e translocação de 15 espécies realizados.
4 +
destinos de turismo de observação de fauna desenvolvidos.
Sofía Heinonen
Diretora-Executiva da Rewilding Argentina

Sofía Heinonen é diretora-executiva da Rewilding Argentina, organização derivada da Tompkins Conservation, responsável pelo primeiro grande esforço de rewilding na América do Sul, com a restauração do Iberá, a maior planíce alagável do país. Bióloga e ativista argentina com 30 anos de experiência na criação de áreas protegidas e na restauração de ecossistemas naturais em projetos de grande escala e longo prazo. Em 2022, foi reconhecida pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do planeta. Sua trajetória inclui atuação nos setores público e privado. Na COP16, foi nomeada uma das Dez Líderes em Biodiversidade de Ecossistemas pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe e pelo América Futura (El País). Trabalhou na Fundación Vida Silvestre e na Administração de Parques Nacionais da Argentina antes de se juntar ao Projeto Iberá em 2005, liderado por Doug e Kris Tompkins (CLT Argentina), hoje conduzido pela Rewilding Argentina.

logotipo da Onçafari

Brasil

No Brasil, o Onçafari ampliou o ecoturismo baseado na fauna ao ser pioneiro na habituação de onças-pintadas. Também foi a primeira organização no mundo a realizar com sucesso a soltura de onças de volta à natureza, além de ser responsável pela criação e gestão de grandes corredores de áreas naturais tanto na Amazônia quanto no Pantanal. A ampla experiência do Onçafari em unir proprietários de terras em torno de um objetivo comum de conservação é chave para ampliar a proteção efetiva em áreas privadas de toda a Bacia do Paraná.

+ de 124.000
Fazendas privadas participando ativamente de programas de coexistência com onças
+ de 350
Estações de armadilhas fotográficas instaladas para monitoramento de espécies
+ de 300
Hectares sob acordos de gestão para coexistência
Mario Haberfeld
Fundador da Onçafari

Mario Haberfeld é conservacionista e fundador do Onçafari, organização dedicada à proteção da biodiversidade brasileira. Nascido em São Paulo, iniciou a carreira como piloto de automobilismo, conquistando títulos como o Campeonato de Fórmula 3 Brasil (1996) e o Fórmula 3000 Internacional (1998). Em 2011, voltou-se para a conservação e criou o Onçafari, no Pantanal, utilizando o ecoturismo como ferramenta para proteger onças-pintadas e apoiar comunidades locais. Sob sua liderança, o Onçafari expandiu-se para outros biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, ajudando a conservar mais de 1 milhão de hectares em 17 bases. A organização integra ciência, educação e desenvolvimento socioeconômico para garantir impacto duradouro. Haberfeld também é coautor de dois livros e coprodutor de três documentários sobre fauna, ampliando a conscientização sobre a riqueza natural do Brasil. Seu trabalho conecta conservação ambiental e desenvolvimento comunitário, tornando-o uma referência na conservação moderna do país.

logotipo da NATIVA

Bolívia

Na Bolívia, a NATIVA: Naturaleza, Tierra y Vida desempenhou papel fundamental na criação e gestão de 12 áreas protegidas, apoiando iniciativas como Ñembi Guasu, que abrange 1,2 milhão de hectares e é um exemplo de destaque em gestão indígena da conservação. Essa longa experiência apoiando comunidades indígenas na proteção e manejo de seus territórios oferece uma base sólida para expandir modelos eficazes de co-gestão com adiministradores de algumas das áreas mais bem preservadas da Bacia do Paraná.

8 MIL. +
de hectares de áreas nacionais protegidas.
1.8 MIL. +
de hectares de áreas indígenas protegidas em co-gestão.
1.000 +
pessoas participando de programas de empreendedorismo.
Iván Arnold
Diretor-Executivo da Nativa

Iván Arnold é diretor-executivo da NATIVA. Ecólogo de formação, concluiu seus estudos de graduação em Ecologia e Gestão de Áreas Naturais Protegidas em universidades e centros de pós-graduação da Argentina, Costa Rica, Peru e Estados Unidos. É mestre em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e doutor em Ciências Ambientais. Possui ampla experiência em Desenvolvimento Rural, Adaptação às Mudanças Climáticas e Gestão de Áreas Naturais Protegidas. Coautor da metodologia SICCLIMA (para o desenvolvimento de planos de adaptação à mudança climática), do livro “Protected Areas of Bolivia: Status and Management Perspectives” e do “Pilcomayo River: A Transboundary Ecosystem”. Foi diretor do Parque Nacional Madidi e da Reserva Nacional de Flora e Fauna Tariquía, além de responsável por Recursos Naturais no governo departamental de Tarija. Atuou também como ponto focal da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da UICN.

logotipo da Fundación Moisés Bertoni

Paraguai

No Paraguai, a Fundación Moisés Bertoni administra a Reserva Florestal Mbaracayú, garantindo a proteção perpétua de mais de 64 mil hectares da ameaçada Mata Atlântica. A fundação desenvolveu soluções inovadoras para desafios socioeconômicos e ambientais, reduzindo a poluição hídrica e beneficiando diretamente mais de 40 mil pessoas. Seu histórico de sucesso em parcerias com o setor empresarial é essencial para engajar companhias e corporações na conservação e restauração da Bacia do Paraná.

70.000 +
hectares de áreas naturais protegidas.
1.500 +
espécies de plantas, aves e mamíferos protegidas.
33.000 +
pessoas beneficiadas com acesso melhorado à água.
Yan Speranza
Direcor da Fundación Moisés Bertoni

Yan Speranza é diretor da Fundación Moisés Bertoni, organização dedicada ao desenvolvimento sustentável e à conservação da natureza, com mais de 35 anos de experiência em projetos de cooperação multilateral e internacional. Formado em Administração pela Universidade Católica, possui mestrado em Administração de Empresas pela MAE-UC e pós-graduações em Marketing (EUA e Japão), Comércio Internacional (Brasil), Gestão Social (EUA) e Desenvolvimento Sustentável (INCAE, Costa Rica). Nos últimos 23 anos, colaborou em projetos de empreendedorismo, liderança e desenvolvimento sustentável em países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Uruguai e Peru), América do Norte (EUA e Canadá), Europa, Ásia (Vietnã, China), África (África do Sul) e Austrália. Entre outras distinções, foi membro do Comitê de Desenvolvimento Econômico, Equidade e Sustentabilidade do Banco Mundial, representando o Paraguai, e do Grupo Motor da Estratégia Nacional de Inovação (ENI) do Paraguai.

AMPLIANDO A ESCALA

As quatro organizações fundadoras envolverão outras entidades nacionais para ampliar o alcance e a escala da iniciativa. O objetivo é replicar projetos bem-sucedidos, protegendo e restaurando novas áreas em toda a Bacia do Paraná.

Em 20 anos, visualizamos uma Bacia do Paraná renovada, com uma rede de áreas naturais restauradas e conectadas que abrangem Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai. Essas áreas abrigarão populações de fauna autossustentáveis, apoiadas pelo movimento natural das espécies e por translocações.

Os rios servirão como corredores entre áreas naturais, alimentando a vida por meio de suas águas e de suas matas ciliares saudáveis. As ameaças serão reduzidas, garantindo a convivência entre a fauna e as comunidades locais. Economias baseadas na natureza trarão bem-estar e orgulho para as populações, resultando em proteção efetiva e permanente da natureza.